Os alimentos e os estados mentais

A qualidade e quantidade dos elementos químicos ingeridos influenciam o funcionamento de todos os órgãos de nosso corpo. O cérebro é um órgão de nosso corpo, portanto ele também é influenciado!

Após ingeridos, metabolizados e filtrados pelo sistema digestivo, os alimentos viram elementos químicos na circulação sanguinea. Entretanto, nem todos esses elementos são benéficos para o corpo, alguns "maus", que escaparam dessa seleção inicial, estão em circulação. As veias que transportam o sangue para os órgãos, transformam-se em delgados capilares para disponibilizar as substâncias às celulas dos tecidos. No cérebro esses capilares são mais finos e menos permeáveis, selecionando, ainda mais, os compostos disponíveis no sistema nervoso central. Essa rede de capilares cerebrais se interliga a "barreira hematoencefálica" e quando um elemento "mau" burla essa barreira e adentra no liquor, passa a ser denominado "neurotóxico".

Já não é novidade que álcool, açúcar, consumíveis ultraprocessados etc., possam causar alguns males, bem com, a ampla divulgação dos efeitos deletérios das drogas em nossas idéias e na percepção de quem somos. Entretanto, os efeitos das substâncias "boas" na melhora do funcionamento cerebral são menos conhecidos e divulgados. Tais nutrientes influenciam positivamente os "estados mentais" e, consequentemente, a nossa autopercepção e "idéias". Um bom modelo é imaginar os nutrientes como coadjuantes de nossos "estados mentais" e que, numa reviravolta da trama, assumem o lugar de protagonistas.

Nas últimas décadas os estudos sobre o eixo "intestino-cérebro" (neuroentérico - gut-brain) tem reforçado a importância da alimentação nos "estados mentais". Os hormônios gaba, dopamina e serotonia, ligados ao bem estar, prazer, motivação, sono, humor, ansiedade etc., são produzidos no sistema gástrico e dependentes da qualidade da microbiota. Portanto, as melhoras alimentares que diminuam as disfunções metabólicas, inflamação crônica, resistência a insulina e disbiose intestinal, auxiliam nos tratamentos de: depressão, TDAH, ansiedade, progressão do Alzheimer, crises epiléticas, esquizofrenia etc.

"...a existência de influências entre alimentação e estados mentais é um fato, atualmente as pesquisas focam em compreender tais relações..."


Alimentos relacionados a cefaléia

Os espelhos estão em toda parte
olhamos!
As rugas gritam e os cabelos brancos se jogam,
aprisionam a nossa atenção,
por vezes toda ela!

Com o avanço da idade, indivíduos que nunca tiveram problemas estomacais ou cefaléias podem iniciar a apresentar tais suscetibilidades, pois o corpo envelhece "tanto por dentro quanto por fora", alterando a qualidade e quantidade dos nutrientes e não-nutrientes em circulação.

As enxaquecas e cefaléias nos lembram que temos um cérebro e as questões da vasodilatação e digestivas podem ter uma relação direta, sobretudo quando a produção endógena (no intestino) de serotonina já estiver minorada. E, independentemente da idade, as enxaquecas e cefaléias demandam uma avaliação do estado inflamatório, hormonal, sono, digestibilidade e disbiose intestinal.

Algumas mudanças alimentares diminuem as cefaléias e melhoram a saúde como um todo, enquanto alimentos muito comuns podem promover a disbiose e o estado inflamatório, tornando o corpo propenso a vasodilatação (cefaléias).
intensificam a cefaléia: alimentos pró-inflamatórios e que promovem a disbiose intestinal, como os industrializados: nitritos, nitratos, taninos, fenóis, aldeídos, sulfetos histaminas, tiraminas, glutamato, colorantes, emulsificantes e outros como bebidas alcoolicas ... e no mínimo dois dos cinco alimentos branquinhos do mal: o trigo e os lácteos.

previnem a cefaléia: basicamente a comida de verdade irá evitar a disbiose e o estado inflamatório, como: gorduras insaturadas, triptofano, anti-histamínicos, anti-inflamatórios, aveia, azeite de oliva, carnes magras, banana, abóbora, batata-doce, brócolis, vegetais escuros, orégano, curcuma, canela, cenoura, couve, cravo, erva-cidreira, ervilha, gengibre, maracujá, orégano, ovos, omega-3, salmão, sardinha, anchova...

Sobreposição de dietas

Não pode isso, não pode aquilo, mas, também, não pode aquele outro... as pessoas que tentam fazer dietas sem qualquer orientação acumulam problemas ligados a frustração dos insucessos, a má-nutrição e nos casos de doenças em curso a atenção deve ser redobrada. Como diz um amigo: "Observo que muitas das tentativas solitárias para atingir a saúde, acabam por gerar mais problemas do que soluções. Precisamos pensar sobre a qualidade dos alimentos, sobre os padrões alimentares e não apenas em macronutrientes."

Tanto as dietas baseadas no "balanço energético" quanto nas baseadas no "carboidratos insulina", demandam do desenvolvimento de hábitos saudáveis. O indivíduo deve avaliar seu ambiente sobre quais alterações serão mais efetivas a longo prazo e, certamente, um profissional da saúde pode ajudar nessas ponderações.

... as mudanças de hábitos demandam dedicação, muita dedicação ...
boas mudanças!!!


Alguns livros

Anderson, Scott   The psychobiotic revolution: mood, food, and the new science of the gut-brain connection

Carreiro, Denise   Abordagem nutricional na prevenção e tratamento do autismo

Kachani & Cordás   Nutrição em psiquiatria

Palmer, Christopher   Brain energy: a revolutionary breakthrough in understanding mental health

Souto, José   Uma dieta além da moda

Walsh, William   O poder dos nutrientes

... e muitos outros ...



um pouco mais sobre alimentos:
fodmap
Alimentos e sua relação com TDAH


terapia em floripa   awmueller.com